terça-feira, 17 de julho de 2012

História de Riversul

Histórico do Município de Riversul

Embora pareça nome de cidade norte-americana, RIVERSUL é um pequeno município do Estado de São Paulo que outrora chamava-se Ribeirão Vermelho do Sul. Como era costume abreviar o seu nome nas cartas e  ainda para evitar problemas que sempre ocorriam nas correspondências enviadas à cidade de Ribeirão Vermelho, localizada no estado de Minas Gerais, no mantato do Prefeito Aparecido Barbosa, mudou-se o nome da cidade usando a junção das inicias RI de Ribeirão, VER de vermelho e SUL por se localizar ao sul do Estado de São Paulo.
A história de Riversul teve início com a chegada do mineiro Joaquim Bueno, que em 1885 tomou posse dessas terras. Vieram logo a seguir José Inácio Fróes e Francisco José Fróes, seu irmão, formando assim um pequeno povoado.
Posseiros na época eram trabalhadores que ocupavam área de propriedade ainda não definidas, e tinham portanto a posse da terra ocupada. Sua presença era marcante nas frentes de combate.
Os mineiros possuidores de uma grande fibra e espírito progressista, fizeram com que o povoado crescesse rapidamente. Ergueram uma capelinha a qual deram o nome de Capela de São Bom Jesus, permanecendo até hoje Padroeiro da Cidade. O terreno foi doado por Joaquim da Silva Bueno e essa capelinha ficava onde hoje é a propriedade do Senhor Luiz Rezende, ao lado do campo de futebol. A capelinha foi construída em barro e  infelizmente não existe mais. O povoado cresceu e decorrido três anos veio residir nessas terras o sr. Processo Martiminiano, que deu então maior impulso ao pequeno vilarejo. Em 1890, lutou incansavelmente pela criação o Distrito de Paz. Com a queda da Monarquia e a instalação da República, a criação do Distrito só foi conseguida em 1894 pelo decreto nº 288 de 7 de julho, com a denominação de Ribeirão Vermelho, pertencendo ao município de Itaporanga, na época chamada de São João Batista do Rio Verde.
Aos 12 de novembro de 1924 foi elevado a município, tendo como seu primeiro Prefeito o farmacêutico Manoel de Mello, mais conhecido como Coronel Nenê de Mello.
O povoado cresceu e a capela construída pelos fundadores não era mais suficiente para abrigar todos os fiéis. Iniciou-se então, por volta do ano de 1920 a construção da Igreja Matriz. A empreitada ficou por conta de Francisco Isidoro. A água e a areia utilizadas na construção eram trazidas do rio Ribeirão Vermelho por cavalos ou até em carrinhos de mão. As pedras eram tiradas do alto do morro (atual morro do Cristo), que começa ao pé do rio, de onde o sr. João Teodoro as empurrava lá de cima, fazendo-as rolar até o rio e de lá eram trazidas em carretas puxadas por cavalos.
Aos 12 de dezembro, de 1928 foi fundada a paróquia do Bom Jesus, e em 1º de Janeiro de 1929 tomou posse o seu primeiro vigário, o Reverendo Padre Manoel de Oliveira. Os padres que aqui trabalharam, muito colaboram na vida desta cidade, pois a religiosidade é uma característica marcante deste povo. Mas esses padres moravam na cidade de Itaporanga, e só vinham para cá no sábado, rezando as missas de sábado e regressavam a Itaporanga. Com isso a paróquia ficava sem padres durante a semana. Essa situação mudou com a chegada dos padres Cistercienses.
No ano de 1924, começou na cidade a construção da estrada de ferro que ligaria a cidade de Itararé a Fartura. Essa construção ficou a encargo da Companhia Lafayete e Siqueira, da cidade de Itapeva. O trabalho era feito com ferramentas simples – machados, foices enxadas e picaretas – pois não haviam máquinas. Grandes aterros levavam meses para serem feitos , pois o trabalho era feito com carrinhos de mão ou com cavalos. A divisão do trabalho era feita por fazendas , nas quais vários homens trabalhavam nas regiões já demarcadas. Esse trabalho foi até 1926, quando a empresa responsável faliu. O trem chegou a correr até Pedra Branca (Bairro da Zona Rural do Município de Itararé) não chegando até a cidade de Ribeirão Vermelho do Sul. Hoje, hoje restam somente alguns vestígios da construção abandonada.
Com a Revolução Constitucionalista de 1932, São Paulo transformou-se num campo militar, onde se preparavam estudantes e membros de profissões liberais. Era constituída pela força pública do Estado de São Paulo e por tropas federais rebeladas.
Getúlio Vargas tentando anular essas forças concentrou nas fronteiras do Estado de São Paulo, forças policiais, batalhões provisórios e forças do Exército do Sul e do Norte, bloqueando as comunicações e a possibilidade de abastecimento. Foi então que Riversul acomodou soldados do Exército do Rio Grande do Sul, que permaneceram aqui cerca de três meses. Essa Brigada Gaúcha comandada pelo Coronel Pelegrini, acampou em sua maioria no pasto do senhor Francisco Candido Barbosa, conhecido por Chico Moisés.
No dia 05 de Agosto de 1936, os Padres Cistercienses, vindos da França, tomaram posse das Paróquias de Riversul e Itaporanga, sendo muito importantes para a cidade, principalmente no setor cultural.
Em 1937, com a intervenção federal do Estado, cai a soberania do município, voltando novamente a ser Distrito de Paz.
Pelo decreto nº 14.334 de 30 de novembro de 1944, Ribeirão Vermelho, passa a chamar-se Ribeirão Vermelho do Sul.
No ano de 1948, Justino de Oliveira Brizola, consegue das autoridades competentes o Plebiscito, que possibilitaria a passagem do município para a comarca de Itararé.
Para esse plebiscito, foi usado um título especial, onde todas as pessoas maiores de idade poderiam votar, inclusive os analfabetos. A cédula era simplificada e só continham dois quadradinhos, onde os eleitores marcavam apenas sim ou não. O resultado foi favorável a Itararé, mas como a mudança além de política, seria jurídica, teria de ser aprovada pela Assembléia Legislativa. Nesse mesmo ano, o governador do Estado, Ademar Pereira de Barros, anula esse plebiscito e Riversul continua a pertencer à Comarca de Itaporanga.
No dia 23 de setembro de 1950, por motivos políticos Justino Brizola é assassinado em praça pública por Leonço Alves Ferreira.
Aos 30 dias do mês de dezembro de 1953, o deputado estadual Augusto do Amaral, conseguiu novamente a emancipação política municipal com o nome de Ribeirão Vermelho do Sul.
Durante o ano de 1954, com a ajuda dos municípios vizinhos, foram criados os partidos políticos e feita a escolha dos candidatos a prefeitura e câmara de vereadores de para a eleição.
Os candidatos escolhidos foram dois; de um lado Aparecido Lúcio Martins e do outro Antonio Moreira Ramos, apelidado de Sula.
A primeira eleição municipal, realizou-se em outubro de 1954 e elegeu o Senhor Aparecido Lúcio Martins, pela maioria dos votos, tendo como vice-prefeito o senhor Atílio Coluço. Sua posse se deu no dia 3 de janeiro de 1955, apesar de tudo ser sido improvisado.
A partir daí, o então município de Ribeirão Vermelho do Sul, toma grande impulso para o progresso, chegando a ser conhecida como "Capital do Feijão".


Quero salientar que essa história e parte de um trabalho escrito por mim, Mara  e Raquel Galvão quando trabalhávamos na Prefeitura e participamos de um concurso para escolher a melhor  história. Esse trabalho foi fruto de muita pesquisa e busca por fotografias e algumas pessoas se apossaram não nos dando crédito algum. Obrigada.
 

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